Maria Teresa Horta é artista da palavra celebrada em Portugal, reconhecida por seu engajamento político que ultrapassa questões partidárias para atingir o cerne daquilo que há, talvez, de mais político no fazer humano: a arte literária. Autora muitas vezes premiada, Maria Teresa, cuja estreia se deu em 1960, é um dos autores mais importantes da literatura portuguesa de nosso tempo. Sua obra é exemplo vivo da associação que o pensador francês Jacques Rancière faz entre literatura e política, provando que existe um vínculo essencial entre a prática coletiva e a escrita artística. Não é à toa que, junto às parceiras das Novas cartas portuguesas (1972), Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno, foi levada a julgamento por não temer enfrentar o poder fascista que vigia em seu país. Atenta às questões do feminino, da política de seu país e a tantas outras questões que perpassam sua arte, Maria Teresa Horta pode ser, agora, lida pelo público brasileiro.